Muitos músicos tem uma séria dificuldade de entender o seu papel como instrumentista dentro de um projeto.
Ter conhecimento, proficiência, habilidade e virtuosismo não é um atestado de liberdade para tocar o que quer onde quiser.
O músico precisa respeitar o seu limite dentro do trabalho, precisa também ter sabedoria para propor mais do que foi pedido.
Existe uma linha fina e muitas vezes pouco definida da fronteira, o limite de soar dentro e fora da caixa, de soar como você ou soar como alguém que precisa ser incorporado dentro do trabalho. Imprimir a identidade ou simplesmente soar como determinado músico.
Não existe uma cartilha para isso, mas existem exemplos, pessoas que trilharam uma carreira e deixaram uma marca e outras pessoas, que apesar de altamente proficiente, foram simplesmente esquecidas.
Ontem falei do Chimbinha como alguém que merce respeito e possui um grande mérito por colocar uma marca pessoal dentro de um som de massa, para um publico que não esta ligando nenhum pouco para arranjos sofisticados, líricos e solos de guitarra. Chimbinha é claramente um apaixonado pela guitarra e fez questão de expressar isso através do trabalho dele que poderia, simplesmente, ignorar a guitarra e que venderia da mesma forma.
O musico proficiente tem a possibilidade de fazer escolhas, onde for tocar, mas precisa saber se posicionar, precisa se colocar e galgar espaço, aproveitar a oportunidade de contribuir com o trabalho, mostrar que pode elevar a oportunidade e não simplesmente fazer o que outro musico proficiente poderia fazer.
Precisamos deixar a marca de alguma maneira, seja tocando pouco ou muito, a questão não é o quanto, mas sim como você vai se colocar naquele momento.